Indígenas de Jacareacanga são capacitados a produzir farinha.
Da Redação
Agência Pará de Notícias
Vinte e três indígenas de aldeias que ficam na
margem do rio tapajós, em Jacareacanga, participaram no período de 6 a 10 de
dezembro da capacitação de melhoramento da qualidade da farinha e derivados da
mandioca, como tucupi, farinha de tapioca, goma da tapioca e o bolo da massa
puba. A atividade foi promovida pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Pará (Emater), em parceria Secretaria Indígena do Município (Semai) e
Secretaria Municipal de Agricultura, na aldeia Karapanatuba. A produção de
farinha dos indígenas era vendida, antes, a R$ 0,80. Após a capacitação com a
farinha, já qualificada, passou a custar R$ 3 o quilo.
Segundo o ministrante do curso, o técnico Raimundo
Delival, chefe do escritório local da Emater no município, os participantes
receberam demonstrações técnicas de plantio de sementes, espaçamento, seleção
de mudas e todo o processo de beneficiamento da mandioca para fazer a farinha
melhorada e seus derivados, nos cincos dias de treinamentos. “Durante todo o
treinamento estavam presentes dois técnicos, um da Secretaria Municipal de
Agricultura e outro da Semai, me ajudaram em todo o treinamento e serem
preparados como multiplicadores”, ressaltou Delival.
Raimundo Delival informa que o mercado já está
sendo preparado para absorver essa produção de farinha melhorada. O empresário
Edvaldo Silva considera que essa especialização garante uma boa produção e deve
adquirir cerca de 50 sacos do produto, por mês. Já o empresário Paulo Viana
disse que agregar valores é garantir aos produtores indígenas uma renda melhor
e a certeza de um bom produto nas prateleiras dos supermercados da cidade, “Se
a comunidade continuar a produzir dessa forma, faremos a aquisição de 30 sacos
por mês”, garantiu o comerciante.
Com a possibilidade de um maior retorno financeiro,
o tuxaua Abrão, da aldeia Karapanatuba, considerou muito positivo ter
participado do curso, já que a produção de farinha com qualidade e técnica,
ofertada por profissional da Emater, “só vai valorizar cada vez mais os
produtos da roça”.
O vice-prefeito do município, Roberto Crixi,
destaca que a comunidade indígena passa agora a produzir uma farinha de
qualidade, garantindo um preço melhor para o seu povo. “Esta atividade terá o
nosso apoio para que possa de estender para outras aldeias essa iniciativa, e
que pode contar com seu apoio, pois somente assim as comunidades terão
garantias de uma produção rentável”, afirmou.
Já o secretário indígena do município, Ivânio
Alencar, afirmou que essa parceria irá continuar ao longo dos anos, e que as
oficinas de qualificação dos indígenas serão estendidas para outras aldeias.
“Para isso, o apoio da Emater tem sido necessário. Nós só temos a agradecer”,
disse.
Texto: Kenny
Teixeira - Emater
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